Manufaturing in Portugal: local handmade homeware to last






Isto é manufaturação - exposição




11 FEVEREIRO 2020
*A forma como tomei conhecimento destes artesãos e das suas oficinas foi quase acidental em todos os casos. Por um ou outro interesse pessoal, num processo movido pela curiosidade sobre o saber fazer e sobre a produção de objetos diferenciados, e de forma muito intuitiva cruzei-me ou descobri estes “fazedores”.

Desde os candeeiros, que descobri quando procurava um produtor de loiça esmaltada, à oficina de madeiras que foi recomendada por um amigo de uma amiga, e onde rapidamente comecei o desenvolvimento de várias peças, até à Escovaria mais famosa da cidade que já conhecia há alguns anos.

E a Mariamélia foi-se desenvolvendo nessa procura intuitiva por objetos que pareciam não ter relação aparente entre si, mas que representam o melhor do saber fazer nacional, numa curadoria de peças para a casa contemporânea — que nos faça relacionar com objetos realmente honestos, próximos (tanto geograficamente como emocionalmente) e realmente sustentáveis.

Estes são objetos que não encaixam no conceito tradicional de artesanato. Os seus artesãos provavelmente também não correspondem à imagem do artesão português que promovemos durante as últimas décadas: estão baseados numa grande cidade ou nas suas imediações, têm menos de 60 anos, e dominam processos científicos, específicos da experiência e prática dos seus ofícios.

É essencialmente disto que trata esta exposição: dar a ver e portanto, a conhecer, as mãos e os gestos por trás de três ofícios diferentes — a escovaria e vassouraria; a marcenaria especializada; e a esmaltagem do aço.

Mas também propor condições para um novo léxico à volta do saber fazer artesanal que não é propriamente artesanato, que usa técnicas e tecnologias que permitem uma seriação semi-industrial, sem ganhar a escala e a mecanização necessária a uma produção verdadeiramente industrial.

Talvez o mais importante seja precisamente a escala: tratam-se de pequenas empresas, de base familiar ou unipessoal, que pela especificidade e qualidade, se tornam casos raros no panorama nacional. São oficinas que vale a pena conhecer e cujo trabalho quero valorizar no desenvolvimento de produtos únicos que só poderiam ser feitos ali.


*Texto de introdução à exposição que organizei e montei no Temporada Co-work, no Porto, patente entre novembro de 2019 e janeiro de 2020. A exposição continha 15 fotografias da autoria da Matilde Viegas, realizadas nas visitas que fizemos a três oficinas únicas de trabalho artesanal, durante o ano de 2019.

MANUFATURA
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